Se há previsão que se está a cumprir é a da cada vez maior participação cívica nalgumas fases (umas mais do que outras) da produção noticiosa, fomentada pelas ferramentas tecnológicas que todos os dias nos surgem.
Na Internet, há cada vez mais cidadãos comuns a (querer) intervir no processo jornalístico, sobretudo nas fases de redacção e difusão, mas agora cada vez mais nas fases de recolha de informação e de edição. Os blogs alargaram o debate e trouxeram a personalização, rompendo com a velha comunicação de massas.
Quase em paparelo, foram surgindo experiências de Jornalismo Amador, a que os teóricos foram dando as mais variadas designações: Jornalismo Cívico, Jornalismo Participativo, Jornalismo Colaborativo, Jornalismo Social, Jornalismo de Base. Ainda ninguém lhes deu, contudo, designações talvez também acertadas, mas mais pejorativas, como Parajornalismo (nome dado a um estilo literário) ou Jornalismo Sem Carteira Profissional. Todos estes conceitos podem dividir-se em dois grandes grupos: o do Jornalismo feito exclusivamente por não jornalistas (a designação mais consensual será Jornalismo Cívico) e o do Jornalismo feito em colaboração entre jornalistas profissionais e amadores (Jornalismo Colaborativo ou Jornalismo Participativo).
Com a Web 2.0, surgiram fenómenos como o Digging (e de alguma forma também o Tagging), que reflectem a vontade que uma (ainda pequena) parte da antiga audiência demonstra na hierarquização da informação e na paginação de sítios noticiosos cada vez mais híbridos pelo efeito dos agregadores, que representam já 30% da circulação noticiosa.
Muito mais próximas do Jornalismo Profissional, estão as experiências de ciberjornais feitos por estudantes de Jornalismo, normalmente dirigidos, coordenados e/ou editados pelos seus professores, muitos deles portadores de Carteira Profissional de Jornalista.
Em Portugal (e em Português), já há alguns exemplos destes fenómenos que importa inventariar.
O que se segue é uma lista (várias pequenas listas, para ser mais rigoroso) de experiências que podem ser classificadas nos conceitos referidos e outros conexos. É uma lista necessariamente aberta, pelo que agradeço todas as contribuições para a enriquecer (peço desde já desculpa por alguma falha “grave”). A numeração é meramente indicativa da quantidade de experiências em actividade (Não é um top… Pelo menos para já).
JORNALISMO CÍVICO
1. Wikinews
2. Gildot (dica Sérgio Nunes)
DIGGING
1. Do Melhor
2. Reddit
3. Ouvi dizer
Blog Memes (extinto em Janeiro/2006)
JORNALISMO DE ESTUDANTES DE JORNALISMO
1. JornalismoPortoNet
2. JornalismoPortoRádio
3. Urbi@Orbi
4. Notícias Universitárias
Akademia (sem actualização em 2006)
BlogReporters (extinto em Março/2006)
Webjornal (extinto?)
AGREGADORES DE NOTÍCIAS
1. Google Notícias (por motor de busca)
2. Destakes (por RSS e tags)
Linxs (extinto)
…
SELECÇÃO DE SERVIÇOS EM INGLÊS (abertos à participação de portugueses)
Newsvine (Jornalismo Colaborativo – Notícias da AP, digging e tagging)
digg (Digging)
del.icio.us (Tagging)
Furl (Tagging)
Publicado por Fernando Zamith a 18 abril, 2006 00:31