Se o conteúdo viral se resumisse à partilha incessante de notícias, entrevistas ou artigos de opinião, o jornalismo, em particular o ciberjornalismo, teria nele um aliado. No entanto, como nem tudo o que é viral é benéfico, qual a natureza desta ameaça?
Ao conteúdo que gera um elevado número de reações e intereções online num curto espaço temporal dá-se a designação de viral. Tal como um vírus, pode dizer-se que este tipo de conteúdo se propaga ou alastra rapidamente.
Para que tal aconteça, existem vários fatores que separam um conteúdo partilhado de outro viral, como a plataforma onde é difundido, quem partilha e o seu alvo, além da qualidade. Para aumentar a hipótese da viralização, deve ter-se em conta a idade e o interesse do público alvo e, consequentemente, a plataforma que melhor servirá esse propósito.
No limite, pode dizer-se que o conteúdo viral leva o valor de notícia ao extremo. Um confronto físico entre celebridades seria, por si só, uma notícia aliciante, mas se for encabeçada por um título apelativo e acompanhada dos elementos multimédia corretos (imagem, vídeo, GIFs), será viral.
A ideia de que qualquer pessoa pode produzir uma trend (conteúdo viral) está bastante presente na mente dos cibernautas e prova disso são as inúmeras entradas e artigos dedicados exclusivamente à viralização de uma história ou vídeo. No entanto, apenas uma pequena parte dos que tentam são considerados influencers – ou influenciadores, aqueles quem as marcas procuram para chegar, com cada vez mais eficácia, ao público.
Torna-se, portanto, muito difícil confiar cegamente num conteúdo deste tipo. Não raras vezes, são ignoradas as regras pelas quais se guia o jornalista e o conteúdo mistura a (des)informação com o sensacionalismo e o entretenimento.
Diogo Gonçalves, up201405000