Até 31 de janeiro de 2023 decorre a Maratona de Cartas da Amnistia Internacional. Este evento sinaliza casos de violações severas dos direitos humanos e a adesão, a nível mundial, cresce anualmente.

Cartaz de divulgação da Maratona de Cartas 2022 da Amnistia Internacional
Fonte: Amnistia Internacional
Varsóvia, 2001. Aí começou a Write for Rights!, ou Maratona de Cartas, como é conhecida em português. Para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado a 10 de dezembro, alguns membros da Amnistia Internacional juntaram-se e escreveram mais de duas mil cartas, posteriormente entregues às autoridades, para alertar sobre injustiças relacionadas com os direitos humanos.
Desde então, todos os anos são sinalizados vários casos, nos quais os direitos humanos são severamente violados, e cada país define cinco deles para serem tratados e divulgados com particular atenção. Resultante desta dinâmica, vinte e um anos passados, a Maratona de Cartas da Amnistia Internacional tornou-se no maior evento mundial de ativismo.
Na edição passada, em Portugal, foram recolhidas mais de 125 mil assinaturas e quase 4.500 mensagens de solidariedade para cada caso. Já a nível internacional, houve cerca de cinco milhões de ações com vista à defesa dos direitos humanos. Fruto destes resultados, foram vários os avanços obtidos em diferentes casos.
Este ano, a Maratona de Cartas, que começou em Portugal a 1 de novembro, decorrerá até 31 de janeiro de 2023 e tem como tema central a liberdade de expressão, tantas vezes posta em causa. Assim, estão no centro desta ação os casos de Aleksandra Skochilenko, Chow Hang-tung, Dorgelesse Nguessan, Luis Manuel e Nasser Zefzafi.
Ainda que cada petições tenha cerca de cinco mil assinaturas portuguesas, o objetivo nacional de 30 mil assinaturas por petição está longe de ser atingido. Por isso, por todo o país, durante estes três meses, as estruturas da Amnistia Internacional organizam atividades para divulgar a Maratona de Cartas e educar para os Direitos Humanos. As ações podem assumir diferentes formas e dirigem-se não só à população em geral, mas também a grupos específicos, ocorrendo tanto na rua como em escolas, universidades e até mesmo empresas.

Amnistia Internacional representada pelo GEUP-AI na Tomorrow Summit
Foto: Federação Académica do Porto
No Porto, a Maratona de Cartas será particularmente divulgada pelo Grupo de Estudantes Universitários do Porto, vinculado à Amnistia Internacional (GEUP-AI). Durante o mês de novembro, o GEUP-AI participou em várias iniciativas, com o intuito de alertar para a necessidade de salvaguardar os direitos humanos, tendo organizado uma palestra sobre a ocupação da Ucrânia e participado tanto na Tomorrow Summit como na Gala Solidária da AEFEUP.
Para continuar o trabalho a que se propôs junto da Amnistia Internacional – Portugal, o grupo de jovens ativistas dinamizará, no final do mês de novembro e durante o mês de dezembro, várias ações relacionadas com o movimento da Maratona de Cartas. No entanto, o ativismo está na mão de todos e é possível assinar as petições da Maratona de Cartas da Amnistia Internacional com poucos cliques.
Artigo por Mariana Parreira