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Artigo 13: O fim da Internet?

O Artigo 13.º da proposta de diretiva comunitária sobre os Direitos de Autor no Mercado Único Digital tem gerado polémica. Em causa está liberdade de conteúdo online na Europa.  Para uns, o Artigo 13 acaba com a Internet tal como existe hoje. Para outros, representa um passo essencial na proteção dos direitos de autor. Será mesmo o fim da Internet?

Um avanço na proteção dos direitos de autor

O Artigo 13, agora em grande debate, tem como principal objetivo proteger a criatividade dos autores encarregando as redes sociais e as plataformas de partilha de vídeos de filtrar conteúdos que possam, de alguma maneira, violar os direitos de autor.

Com a aprovação da proposta, o Artigo 13 vai obrigar as plataformas online a criar algoritmos ou outros mecanismos automáticos de filtragem que impossibilitem a publicação de imagens ou vídeos protegidos pelos direitos de autor.

Em comunicado de imprensa, o Parlamento Europeu disse que “muitas das alterações à proposta original da Comissão Europeia pretendem garantir que artistas, nomeadamente músicos, intérpretes e autores de textos, bem como editores de notícias e jornalistas, sejam pagos pelo seu trabalho quando são utilizados através da partilha de plataformas como o YouTube ou o Facebook e agregadores de notícias, como o Google Notícias.”

A favor desta mudança estão discográficas e músicos como os Coldplay, Paul McCartney e o compositor Ennio Morricone. Em Portugal, nomes como Salvador Sobral, Ana Moura e Rodrigo Leão também apoiam o Artigo 13.

Os defensores da proposta alertam para os lucros das plataformas em detrimento dos direitos dos autores. Os opositores argumentam com o risco de censura, com a filtragem de conteúdos a disponibilizar ‘online’.

A polémica

A reforma foi proposta em 2016 e divide opiniões , sobretudo no que toca ao seu 13º Artigo.

A 12 de setembro deste ano, chegava ao Parlamento Europeu a diretiva sobre os direitos de autor na União Europeia. Aprovada com 438 votos a favor, 226 contra e 39 abstenções, nesse mesmo dia a comunidade europeia da internet juntava-se contra a proposta que altera significativamente os direitos de autor no mercado único digital.

A partir daí, a luta pela permanência de uma internet livre intensificou-se, com o próprio YouTube a enviar cartas para os seus utilizadores para que falassem do tema aos seus seguidores.

Na internet, a polémica gerou-se e o pânico instalou-se quando Wuant (Paulo Borges), um dos youtubers mais conhecidos e influentes do país, partilhou um vídeo onde alerta que o Artigo 13 será “o fim da Internet”. Associado a este alerta, a campanha #SaveYourInternet começou a ganhar relevo.Segundo Wuant,  “Provavelmente, a Google deixará de existir como existe neste momento na União Europeia. Redes sociais como Instagram, Facebook, WhatsApp, o que seja, vão levar restrições e provavelmente poderão ser bloqueadas. E muita gente está a dizer que este é o fim da Internet e eu concordo”.

Contra a diretiva estão também o criador da Internet, Tim Berners-Lee, e Jimmy Wales, fundador da Wikipédia, que, apesar de não apontarem o fim da internet, acreditam que a proposta tornará a World Wide Web (WWW) uma ferramenta de vigilância que controla os utilizadores.

Em portugal, a eurodeputada portuguesa Marisa Matias afirma que o Artigo 13  vai  condicionar a liberdade de expressão ao filtrar o que chega à Internet. Num encontro, em Lisboa, sobre a Reforma Europeia do Direito de Autor e o Interesse Público, Marisa Matias afirmou que “a defesa do Direito de Autor é uma desculpa para avançar para domínios perigosos” e “vai acarretar mais problemas”. A eurodeputada defende que “é uma censura, não é o fim da Internet, mas é o fim da Liberdade, sob a capa da proteção dos Direitos de Autor”.

Na internet muitos são os que dizem que a proposta traz de volta a censura e que se trata de um atentado, principalmente para aqueles que utilizam as redes sociais como emprego.

Dia 12 de dezembro, às 16.30 horas, está marcada uma manifestação contra o artigo 13, em Lisboa, na Praça da Figueira. Segundo o comunicado enviado à agência Lusa pela organização,  é “um protesto contra uma artigo que vai contra os ideais de liberdade e de livre circulação da Internet, mas também da própria União Europeia”.

Contra a proposta há também uma petição que já conta com mais de 3 milhões de assinaturas.

A resposta

Em resposta aos Youtubers preocupados coma nova diretiva sobre direitos de autor e demais seguidores, em carta aberta, Sofia Colares Alves, representante da Comissão Europeia em Portugal, afirma que “o artigo 13º não vai acabar com a Internet”, que “os memes não vão desaparecer” e que “a União Europeia é um lugar de liberdade de expressão”:

A representante da Comissão Europeia em Portugal, defende: “O que queremos ver mudar é a forma desenfreada como conteúdos são (ab)usados na Internet para benefício de grandes plataformas. Há YouTubers, músicos, jornalistas, humoristas, argumentistas, atores e fotógrafos que merecem ver o seu trabalho reconhecido e devidamente pago. São todos eles – incluindo vocês, YouTubers – os beneficiários da nossa proposta”.

O que está em causa

O Artigo 13 parece fatal para todos aqueles que gostam de partilhar os seus momentos na internet. Memes, gifs, imagens, músicas,  tudo o que envolver conteúdo potencialmente protegido por direitos de autor fica em risco. Por exemplo, ter um fotografia online a usar uma t-shirt com a imagem de um filme conhecido, poderá ser alvo se controlo de direitos de autor por quem os detém, nomeadamente da produtora do filme. Para além do processo, a fotografia poderá ter de ser apagada.

No email mandado pelo Youtube aos seus utilizadores,  argumenta que o artigo vai “impedir milhões de pessoas na Europa de carregar conteúdos em plataformas como o YouTube” e que “os visitantes europeus perderiam acesso a milhares de milhões de vídeos em todo o mundo”

A liberdade na internet como é vivida hoje pode ser comprometida como um efeito da busca pela justiça a favor dos produtores de conteúdos, mas não significará o fim efetivo. Significa que, se o artigo for aprovado, as plataformas como o Youtube e as redes sociais vão ser responsabilizadas por qualquer violação de direitos de autor.

 

Carolina Pereira

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O futuro incerto da Internet na Europa

O artigo 13.º da proposta de diretiva comunitária sobre os Direitos de Autor no Mercado Único Digital tem gerado polémica e inquietação por parte de muitos utilizadores. Há quem defenda a implementação do artigo e da consequente proteção dos conteúdos criados, mas também há quem argumente que a liberdade de expressão ficará condicionada, caso a proposta vá para a frente. Afinal, o que está em causa?

A votação a favor do “Artigo 13” ocorreu em setembro, dois meses depois de ter sido chumbada pelos eurodeputados, mas só agora está a ser alvo de grande atenção mediática. O conhecido YouTuber portugês Paulo Borges, mais conhecido por Wuant, publicou um vídeo sobre o tema, após receber um e-mail do Youtube, onde eram referidas as restrições que poderão surgir caso a proposta seja aprovada.

“Provavelmente a Google deixará de existir como existe neste momento na União Europeia. Redes Sociais como Instagram, Facebook, WhatsApp, o que seja, vão levar restrições e provavelmente poderão ser bloqueadas. E muita gente está a dizer que este é o fim da Internet e eu concordo”, alerta o Youtuber.

O artigo 13 da diretiva relativa aos direitos de autor no mercado único digital diz que plataformas como o YouTube ou o Facebook vão passar a ter mecanismos automáticos, de forma a impedir a publicação de imagens ou vídeos protegidos por direitos de autor. Resumidamente, aquilo que o artigo 13 vai implicar é que, por exemplo, se publicarmos uma fotografia onde estamos a vestir uma camisola que tenha estampada a marca de uma empresa ou de outra entidade que tenha direitos de autor, essa mesma empresa poderá processá-lo, uma vez que detém esses mesmos direitos de autor da marca.

A proposta tem sido alvo de várias polémicas. Quem se encontra a favor, como o músico Paul McCartney e várias empresas discográficas, refere que a legislação defende a propriedade intelectual dos criadores e uma “justa compensação” por ela. Contudo, pessoas como Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web, e Jimmy Wales, fundador da Wikipédia, argumentam que a legislação vai condicionar a liberdade de expressão ao filtrar o conteúdo que chega à Internet.

Contra a proposta, há também uma petição online que já ultrapassou os três milhões de assinaturas.

Foto: REUTERS

Em comunicado, o porta-voz do Parlamento Europeu disse que “muitas das alterações à proposta original da Comissão Europeia pretendem garantir que artistas, nomeadamente músicos, intérpretes e autores de textos, bem como editores de notícias e jornalistas, sejam pagos pelo seu trabalho quando são utilizados através da partilha de plataformas como o Youtube ou o Facebook e agregadores de notícias, como o Google Notícias”.

Admitiu, ainda, que “quando a poeira assentar, a Internet continuará tão livre quanto é hoje, os criadores e jornalistas estarão a ganhar uma parcela mais justa das receitas geradas pelas suas obras e estaremos a perguntar-nos sobre o motivo de todo este alarido”.

Já a nível nacional, Sofia Colares Alves, a chefe de representação da Comissão Europeia em Portugal, enviou, através de uma carta aberta aos youtubers, uma mensagem de tranquilidade para todos aqueles que temem que os seus vídeos sejam apagados da Internet.

“Não há razões para se preocuparem”, garante. “Os vossos vídeos não vão ser apagados e a vossa liberdade de expressão não vai ser limitada.”

A proposta irá novamente a votos em janeiro de 2019, no Parlamento Europeu. Se o artigo 13 for aprovado, plataformas como o Youtube e redes sociais como Instagram e Facebook vão passar a ser responsabilizadas por qualquer violação de direitos de autor.

 

 

Catarina Fonseca Turma 2