Ocorre um aumento espontâneo de quase três mil imigrantes timorenses em Portugal nos últimos meses após a visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Timor-Leste.
Em outubro deste ano, o Alto-Comissariado para as Migrações (ACM) identificou cerca de 1 325 cidadãos timorenses vulneráveis ou realojados por diferentes localidades de Portugal.
Aquando da visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Timor-Leste, em maio passado, na comemoração dos 20 anos de independência de Timor-Leste e a investidura do seu novo Presidente, José Ramos-Horta, o Presidente da República Português foi questionado quanto ao seu impacto nos jovens timorenses, em especial, ao seu incentivo para visitar Portugal,
O Presidente relembra que o discurso foi proferido em contexto universitário e que os estudantes se deveriam mobilizar moderadamente.
Uma explicação para este fenómeno reside no surgimento de indivíduos em Timor-Leste vindos de fora, e agências de recrutamento de trabalhadores, com promessas falsas. “Frustrados e com promessa de manipulação de elementos agiotas, compram bilhetes excessivamente caros” para Portugal, esperando “encontrar emprego” ou regularizar a situação de modo a ir “para Inglaterra ou qualquer outro país europeu”, afirma José Ramos-Horta.
Um ano após o 25 de Abril, Portugal concedeu a liberdade às suas colónias. O Portal Diplomático informa que a 20 de maio de 2002, após as invasões da Indonésia ao território timorense, Timor-Leste é oficialmente proclamado independente, e assina-se o Acordo quadro de cooperação entre Portugal e Timor.
A última visita do Marcelo Rebelo de Sousa não só reforçou esta cooperação entre os países, como captou a atenção do povo de Timor. Vários foram os comentários ao Presidente português comparando-o a Xanana Gusmão, líder histórico timorense, também ele reconhecido pela sua forte proximidade e contacto com a população.
Também vários comentários recaíram sobre a passagem do Presidente da República português pelo cemitério de Santa Cruz, palco do massacre de 12 de novembro de 1991, onde terão morrido mais de 300 pessoas.
O massacre do cemitério de Santa Cruz poderá resumir-se no ataque ordenado por militares indonésios contra uma multidão de timorenses, que protestava contra a ocupação do país. Este evento foi de extrema importância no desencadeamento da independência do país face à Indonésia.
Milhares de pessoas terão se reunido para acompanhar o funeral de um rapaz, pertencente à resistência, no cemitério de Santa Cruz. O acontecimento foi documentado pelo jornalista e documentalista britânico Max Stahl:
http://https://youtu.be/7HkktBcIDzg
A CGTP alerta o SEF nos reforços que devem ser feitos no combate às redes de exploração e tráfico humano, para a assegurar que se protegem os direitos humanos de qualquer cidadão timorense que se encontrem vulneráveis no decorrer deste processo.
Joana Vale
Fontes: RTP/RTP Ensina, Portal Diplomático, Parlamento europeu, Público, TSF, Observador e Sapo 24