No dia 4 de dezembro, sexta-feira, o pólo de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto acolheu as III Jornadas ObCiber que assinalaram os 20 anos do ciberjornalismo em Portugal.
O professor e investigador da Universidade, Hélder Bastos, inaugurou as jornadas, com uma conferência que teve como tema “Duas décadas de ciberjornalismo – utopias, conquistas e deceções. O autor propôs, então, uma “viagem pelas duas últimas décadas para perceber o que correu bem e o que correu menos bem”, em cerca de um hora.
O antigo jornalista começa referindo que “tudo se passou muito rapidamente nas últimas décadas”, pois foi em pouco tempo que se passou da máquina de escrever para as tecnologias a que hoje estamos habituados, uma “aceleração tecnológica, nomeadamente, o surgimento da internet e o consequente impulso brutal no jornalismo”. O conferencista faz também referência às “utopias que os mais entusiastas formaram” e às verdadeiras conquistas, o que realmente mudou. Posto isto, apresenta as deceções face às utopias e sonhos, faz perceber as razões para o sucedido e inclusive explora as distopias no horizonte, ou seja, aquilo que ainda não foi uma deceção mas poderá vir a ser.
Bastos desenvolve o seu discurso de forma informal apresentando a sua própria visão sobre o passado e o presente do jornalismo. Apresenta variadas críticas nomeadamente às empresas de media: ” Se disserem a uma pessoa com anorexia para fazer mais exercício físico e começar a comer menos, ela morre. É exatamente isso que as empresas de media estão a fazer quando despedem jornalistas”.
O professor afirma que apesar das conquistas realizadas na área, o ciberjornalismo também desencadeou aspetos negativos como o baixo investimento e o os “modelos sem negócio”. Porém, acredita num futuro melhor, pois “só passaram 20 anos, ainda estamos a aprender”.
Ana Rita Rodrigues